palavras poéticas ditas ao telefone móvel despertam a ira do ouvinte que lamenta os passos dados para trás. diz que não tem volta, que não vale a pena recomeçar, que ninguém que evolui recomeça todo dia e sim consegue o seu lugar.
ditos em vão, lágrimas escorreram pelo rosto. a carapuça serviu no momento da fala que dizia "discurso de perdedor" e blablabla...
o punhal atingiu o peito frágil, que a cada dia fica menor pelo quantidade de dúvidas, questionamentos e insatisfações.
a única coisa que o ouvinte se preocupava era seu trabalho, era a única coisa que dizia ter na vida. não tinha mais nada, restava o amor próprio que um caminhão de mudança passou por cima, restava o ouvido que escutava do outro lado da linha, mas isso não parecia mais importar.
o tom de voz mudou, as respirações ficaram profundas ao ponto de escutar e questionar se a conversa havia despertado mais ira do que já irradiava. um não seco ecoou pelas ondas transmissoras. depois de uma hora tensa o telefone voltou a sua posição original e a única coisa que conseguiu fazer foi caminhar e tentar não pensar na sua vida.

Comments

Ana Klarissa said…
Credooooooooo, eu não achei ruim o que vc me disse....

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