11.05.2012 Paulo Henrique me acordou as 4h20 da manhã xingando a Marquesa de Santos. Sentado em frente ao salão do uruguaio de Pernambuco estava revoltado com a vida. E alto e bom som, esbravejava com o silêncio. O guardinha da guarita não fazia nada, só observava. Xingou mulheres, talvez imaginárias que teriam partido seu coração. Mas dizia, em meio a tantas palavras de baixo calão, que queria alguém pra conversar e ter carinho, talvez até uma namorada. E na mesma hora, xingava: vagabunda, buceta. Mato você na cama massageando a buceta. Levantei da cama, fui até a janela, coloquei meus óculos e o fiquei observando. Algum morador, tão incomodado quanto eu, começou a despejar algo de sua janela, pedras? Não sei. De acordo com o relato dele sim. E começou a falar que ele era do bem, que era católico e que ficaria quieto. Nada adiantou. Ele perturbou meu sono, quem nem mesmo inventando sonhos de amor consegui entrar de novo no meu subconsciente. Fumo um cigarro em vão, pois minha barriga ronca. Fome. Ele talvez estivesse de mau humor pela fome? Desprezando o sexo feminino por fome ou coração partido ou apenas solidão. E ao mesmo tempo amando. Tinha dor na voz dele. Tinha pedido de ajuda. Ele mesmo disse não sou maluco, sou especial. E mesmo lá do alto do meu andar eu consegui reconhecer Paulo Henrique. Acho que é o mesmo homem que já vi na São Salvador e em frente a Nossa Senhora da Glória. Visivelmente ele tem problema, mas sempre com um aspecto instrospectivo, nunca de ira. Hoje Paulo Henrique não estava nada bem. Ainda bem que ele saiu da porta do salão e foi gritar em outra rua.

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