o chápeu virou apelido e a companhia veio a calhar.
uma conversa mole, como quem canta um samba.
coça a cabeça, não sabe o que fazer com as mãos.
roer as unhas? fumar? inventar uma coceira?
apertar o botão pra mudar de canal?
não! imaginou um navio, com cantoria e tudo mais.
chápeus. charutos. chá.
com uísque.
um porto, com igreja e tudo.
para os mais apaixonados, um cenário.
mas ali se sentia o barco.
um barco à deriva.
que clamava por resgate
naquele imenso mar de sua cabeça.
um senhor o resgatou. e virou lord.
dormia a tarde e bebia a noite.
mas ninguém o conhecia, apesar de ser um gênio.
o primeiro reconhecimento foi regado com sua própria voz.
as cores desfilavam, bem na sua frente.
desciam escadas, pulavam valas e passeavam entre as cordas.
tudo virava música.

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