a razão que eu deixo você me ver assim eu não sei. está pra nascer a explicação pra tanta exposição. não precisa, isso talvez só fará você se comover, sentir que dói viver, assim sem rumo, sem chão. não bato a porta, fecho delicadamente, que às vezes é necessário bater de novo pra fechar de verdade. enquanto atende o telefone tento segurar a via lacrimal com um único pensamento. não resolve. dissolvo. me mostro. não devo, eu sei. esse lado meu ninguém conhece e você não precisava ser apresentado. mas foi. por mim mesma, aquele dia que estava sem saída cantarolando o velho samba "deixa, deixa, deixa... eu dizer o que penso dessa vida... preciso demais desabafar...", que caiu na boca de gente que nem de samba gosta. e daí se fiquei sensível? se fico retraída querendo o mundo do meu jeito? se vejo você e choro? essa história não tem saída, talvez é por isso. por saber disso o choro corre sem pedir permissão. chega batendo o pé na porta, colocando o tesão na parede e não pra subir e sim descer, sentar na beira e abraçar os joelhos, afundar a cabeça e querer que o dia amanheça, com ou sem você.



as coisas do pescoço pra baixo até que vão bem.

Comments

Zito said…
é legal de ler.
e é isso mesmo que acontece, cada um que viva suas experiencias.
que é que tem?
bom

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